Confronto e cooperação, o duplo jogo das políticas estadunidenses para com a China

Leonardo Sobreira

A lógica é bem simples: se navios ou aviões de guerra de outros países surgirem nas costas estadunidenses sem sua autorização, o que os EUA vão fazer?

As bandeiras da China, dos EUA e do Partido Comunista Chinês são exibidas em uma barraca no Mercado Atacadista de Yiwu, em Yiwu, província de Zhejiang, China, em 10 de maio de 2019. As bandeiras da China, dos EUA e do Partido Comunista Chinês são exibidas em uma barraca no Mercado Atacadista de Yiwu, em Yiwu, província de Zhejiang, China, em 10 de maio de 2019. (Foto: Reprodução)

Rádio Internacional da China – Recentemente, a diplomacia dos Estados Unidos mostrou mais uma vez sua duplicidade para com a China.

Por um lado, o secretário de Defesa estadunidense, Lloyd Austin, acusou a China por causa da questão de Taiwan e da chamada liberdade de navegação durante o 20º Diálogo de Shangri-la, realizado em Singapura. Por outro lado, o secretário adjunto de Estado para assuntos do Leste Asiático e do Pacífico, Daniel Kritenbrink, chegou no dia 4 à China para tentar promover maiores diálogos com Beijing.

Confronto e cooperação, essas são as duas facetas da diplomacia estadunidense, o que demonstra não só o capricho dos EUA, mas também como o país já está acostumado com sua hegemonia no mundo.

Ter uma atitude anti-China parece ser algo visto como altamente correto para todos os políticos em Washington, já que os EUA consideram o país asiático como o seu maior adversário estratégico. Reprimir a China e obrigar Beijing a aceitar suas regras é o objetivo da diplomacia estadunidense.

No entanto, os atuais EUA não têm força suficiente para atingir essa meta. Os problemas econômicos e a crise da dívida exigem a manutenção de uma comunicação com a China. Além disso, Washington precisa da coordenação da parte chinesa nos desafios globais, tais como as mudanças climáticas, a proliferação nuclear e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Portanto, os EUA estão tendo um comportamento dual quando se trata da China. Apesar disso, a posição chinesa é determinada e clara. O ministro da Defesa da China, Li Shangfu, reafirmou no Diálogo de Shangri-la que Taiwan é uma parte da China e que a resolução da questão de Taiwan é um assunto interno do país ao qual não cabe qualquer interferência exterior. Além disso, os navios militares estrangeiros não devem realizar patrulhas nas águas territoriais da China.

A lógica é bem simples: se navios ou aviões de guerra de outros países surgirem nas costas estadunidenses sem sua autorização, o que os EUA vão fazer?

Todo mundo sabe que o atual impasse das relações sino-estadunidenses é causado pela errada estratégia de Washington para com Beijing. Quem precisa de fazer alterações na forma que age é a parte estadunidense, que não pode querer a cooperação da China ao mesmo tempo que prejudica os interesses dos chineses.

Respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação baseada em benefícios recíprocos são os princípios básicos que os EUA devem aprender na comunicação com a China.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/confronto-e-cooperacao-o-duplo-jogo-das-politicas-estadunidenses-para-com-a-china

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