Desemprego afeta 73 milhões de jovens em todo o mundo sobretudo mulheres

Desemprego afeta 73 milhões de jovens em todo o mundo sobretudo mulheres

Desemprego afeta 73 milhões de jovens em todo o mundo sobretudo mulheres

Foto: DR

A taxa de emprego mundial dos trabalhadores entre os 15 e 24 anos ainda não recuperou do impacto da covid-19. Contrariando esta tendência, Portugal está melhor do que o período pré-pandemia.

Os efeitos negativos da pandemia e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia e a consequente crise energética ameaçam deixar no desemprego, este ano, 73 milhões de jovens em todo o mundo, o que corresponde a uma taxa de 14,9%. São mais seis milhões de trabalhadores entre os 15 e 24 anos que não vão conseguir entrar no mercado laboral face a 2019, ano de pré-pandemia, em que a taxa de desemprego se situou nos 13,5%, segundo o relatório “Global Employment Trends for Youth 2022” da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado esta quinta-feira por ocasião do Dia Internacional da Juventude, que se assinala esta sexta-feira, 12 de agosto. América do Norte apresenta o nível mais baixo de desemprego (8,3%). No lado oposto, os Estados Árabes deverão atingir a taxa mais elevada (24,8%).

O estudo da OIT “confirma que a pandemia da covid-19 tem afetado negativamente a população jovem mais do que qualquer outro grupo etário”. “Estima-se que o número total global de jovens em situação de desemprego chegue aos 73 milhões em 2022, representando uma ligeira melhoria em relação a 2021”, ano em que 75 milhões de jovens estavam fora do mercado de trabalho, “mas ainda seis milhões superior aos valores registados em 2019, na pré-pandemia”, segundo o relatório.

Por género, as mulheres são muito mais afetadas pelo desemprego. A OIT revela que, este ano, “a nível global, prevê-se que 27,4% das mulheres jovens estejam empregadas, em comparação com 40,3% dos homens jovens”. “Isto significa que os homens jovens têm quase 1,5 vezes mais probabilidades” de ser contratados do que as mulheres. A OIT alerta que esta desigualdade “tem mostrado poucos sinais de redução nas últimas duas décadas”, sendo “maior nos países de rendimento médio-baixo e menor nos estados de rendimento alto”.

Analisando a evolução por regiões, a OIT mostra que a recuperação do emprego é mais difícil nos países de médio e baixo rendimento do que nos estados mais ricos. “Os países de elevado rendimento são os únicos que deverão chegar a taxas de desemprego jovem próximas das de 2019 (13,5%) até ao final de 2022, enquanto, nos outros países, as taxas deverão permanecer mais do que 1 ponto percentual acima dos seus valores pré-crise”, estima a OIT.

Na Europa, onde se situa Portugal, e na Ásia Central, a taxa de desemprego da população jovem deverá situar-se, este ano, nos 16,4%, isto é 1,5 pontos acima da média global de 14,9%. “Tem havido progressos substanciais na redução do desemprego jovem, tanto para mulheres como para homens, mas os choques reais e potenciais da guerra na Ucrânia podem afetar fortemente os resultados”, avisa a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada em questões de trabalho.

As estimativas são mais animadoras para a região da Ásia e do Pacífico, onde a taxa de desemprego para 2022 deverá equiparar-se à média mundial de 14,9%,” embora existam divergências importantes entre sub-regiões e países”, ressalva o mesmo relatório.

Já nos países da América Latina, o cenário é desolador. “A taxa de desemprego jovem é ainda preocupante, estimando-se que chegue aos 20,5%”, este ano. “O quadro é radicalmente diferente na América do Norte, onde se prevê que as taxas de desemprego jovem sejam inferiores aos níveis médios mundiais, na ordem dos 8,3%”, sublinha a OIT.

As previsões para África devem ser interpretadas com cautela, uma vez que uma taxa de desemprego jovem anormalmente baixa de 12%, inferior à média global, “esconde o facto de muitos jovens terem optado por abandonar o mercado de trabalho”. “Em 2020, mais de um em cada cinco jovens, em África, não trabalhava, não estudava, nem frequentava um curso de formação e a tendência tem vindo a agravar-se”, destaca o relatório.

Os Estados Árabes apresentam a taxa de desemprego jovem mais elevada e de crescimento mais rápido a nível global, estimando-se que se situe em 24,8%, em 2022. “A situação é pior para as mulheres jovens na região, com 42,5% de desemprego, três vezes superior à média das mulheres jovens a nível global (14,5%)”.

Para inverter esta tendência de desemprego jovem elevado, a OIT recomenda uma forte aposta nas “economias verde e azul (recursos oceânicos e a sua utilização sustentável)”, na digitalização, nos cuidados de saúde e na educação. O relatório conclui que “a implementação conjunta de medidas verdes, digitais e dos cuidados aumentaria o Produto Interno Bruto (PIB) global em 4,2% e criaria 139 milhões de empregos adicionais para trabalhadores de todas as idades em todo o mundo, dos quais 32 milhões para a população jovem”.

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Fonte: https://www.jn.pt/economia/desemprego-afeta-73-milhoes-de-jovens-em-todo-o-mundo-sobretudo-mulheres-15085252.html

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