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Observadores chineses alegam que, na reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20, na sexta-feira (8), os EUA tentaram dividir o bloco ao incitar a confrontos de diferentes naturezas devido aos eventos na Ucrânia.
De acordo com o Global Times, observadores chineses de política externa sublinham que o apelo ao multilateralismo de Pequim dentro do G20 reflete as vozes dos países em desenvolvimento e economias emergentes em busca de esforços conjuntos para enfrentar os desafios globais.
Em discurso na reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20, realizada na ilha indonésia de Bali, o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, exortou ao verdadeiro multilateralismo, à cooperação ganha-ganha e ao alcance de inclusão e conectividade dentro da estrutura do G20, fala ecoada pela atual presidente do G20, .
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o multilateralismo não é uma opção, mas uma obrigação, expressando esperança de que os países o realizem plenamente com ações concretas.
A competição entre países deve ser justa e não uma competição viciada ou mesmo um confronto malicioso, observou Wang, acrescentando que a atual política econômica americana em relação à China vai contra a tendência dos tempos e está destinada a falhar.
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Para além das questões multilaterais, o representante chinês também destacou que a China vai continuar insistindo em negociações de paz, promovendo o diálogo sobre a questão da Ucrânia, sempre ao lado da paz, garantiu ele.
O pesquisador sênior do Instituto de Estudos Internacionais da China, Yang Xiyu, disse ao Global Times na sexta-feira que a posição e as propostas da China, que estão alinhadas com a direção de desenvolvimento do G20, certamente vão ter um impacto muito importante e de longo alcance no mundo.
Segundo o pesquisador, a essência do verdadeiro multilateralismo que a China está defendendo é que todos os países, grandes ou pequenos, tenham igual soberania, o que reflete precisamente a aspiração dos países em desenvolvimento, incluindo a atual presidência do G20, a Indonésia.
As autoridades dos EUA anunciaram estar determinadas a não permitir que distrações desviassem a atenção do que eles acreditam que deviam ser os focos principais da reunião: as interrupções do suprimento mundial de alimentos e energia supostamente causadas pela operação militar especial da Rússia na Ucrânia, algo que Moscou negou repetidamente, pontuando os sucessivos erros econômicos do Ocidente e suas sanções.
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A crise alimentar global deveria ser tratada por meio de esforços conjuntos, mas os EUA e o Ocidente tratam a crise alimentar como uma questão geopolítica, disse Yang, observando que parecia ao Ocidente que a insegurança alimentar global não existiria sem a crise ucraniana.
O pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Lü Xiang, declarou ao Global Times, ainda na sexta-feira que foram as sanções econômicas impostas pelos EUA e alguns de seus aliados à Rússia que causaram o colapso econômico global, e o impacto não foi apenas limitado à Rússia, se estendendo muitos outros países.
O presidente dos EUA, Joe Biden, depositou suas esperanças nessas sanções para derrubar a Rússia, mas, ironicamente, elas só resultaram em sofrimento econômico para os EUA e a Europa, disse ele.
A tentativa dos EUA e de seus aliados de estimular o confronto no bloco pode enfraquecer os esforços conjuntos dos membros do G20 e minar a cooperação global para lidar com desafios econômicos urgentes, mas não terá sucesso em construir uma aliança contra a Rússia no grupo, alertaram os analistas.