A sociedade americana está se tornando cada vez mais dividida e os conflitos estão se multiplicando
16 de junho de 2022, 06:20 h Atualizado em 16 de junho de 2022, 06:26
Manifestantes atacam prédio do Congresso dos Estados Unidos em Washington 06/01/2021 (Foto: REUTERS/Leah Millis)
Rádio Internaconal da China – Até terça-feira (14), horário local, o Comitê Especial de Inquérito da Câmara dos Deputados dos EUA realizou duas audiências sobre o ataque ao Capitólio. A CNN comentou que as audiências transmitidas ao vivo podem lembrar o país de influências desse “pesadelo nacional”. É uma oportunidade para o mundo dar uma nova olhada na democracia ao estilo americano.
Em 6 de janeiro do ano passado, milhares de apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o Capitólio em uma tentativa violenta de alterar o resultado das eleições. Cinco pessoas morreram, mais de 140 policiais ficaram feridos e mais de 700 pessoas foram presas.
Numerosos vídeos e testemunhos foram divulgados em duas audiências para determinar se havia uma ligação direta entre o ex-presidente Donald Trump e o ataque ao Capitólio. Esses vídeos e depoimentos trouxeram à tona as “cicatrizes” da democracia ao estilo americano e que essa democracia é, de fato, uma ferramenta usada por políticos para competir por poder e benefícios.
A sociedade americana está se tornando cada vez mais dividida e os conflitos estão se multiplicando. No entanto, os políticos do país nunca se esforçaram para resolver o problema pela raiz, mas continuam lutando entre si por seus próprios interesses, inclusive em questões como o combate contra a COVID-19, a economia e a lei de controle das armas. Nesse contexto, o número de mortos pela COVID-19 nos EUA ultrapassou um milhão, os tiroteios continuam ocorrendo e os ataques violentos contra americanos de origem asiática e africana são frequentes.
A democracia não é uma palavra vazia, mas deve servir para resolver problemas reais. Quando a “democracia” inflada por políticos americanos não consegue prevenir e controlar a pandemia, combater a inflação, controlar as armas ou responder às demandas do povo, o que se pode dizer é que tal democracia está doente, e muito doente.
Em uma entrevista recente ao The Sunday Times, o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, disse que o debate público nos EUA está se tornando menos sobre conteúdo real e mais sobre “motivações e identidades políticas” e que os EUA estão mais divididos do que durante a Guerra do Vietnã.
Essas vozes razoáveis devem servir de advertência para políticos de Washington. Se eles continuarem a se envolver em disputas partidárias e não conseguirem resolver os problemas internos do país, a “democracia ao estilo americano” se tornará quase sem esperança e o “pesadelo americano” continuará.